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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Para onde vão nossos técnicos formados no Instituto Federal do Rio Grande do Norte?


O vereador George Câmara (PCdoB) me dizia esta semana que surgiu um problema econômico-social com a interiorização dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia - o nosso IFRN: a falta de oportunidade de emprego para os jovens qualificados.

Ressaltando a importância do programa federal, que espalhou escolas técnicas em todo o país, iniciativa do governo do presidente Lula e prioridade do atual Governo Dilma, George Câmara me disse que milhares de jovens estão deixando a condição de analfabetos para a condição de jovens qualificados mas propensos à situação de analfabetos funcionais.

Mas como? Qualificados mas analfabetos funcionais?

O termo pode parecer inadequado ou exagerado, mas é para chocar.

Ele me explicou: um grande contingente de jovens é qualificado mas não é absorvido pelo mercado de trabalho, principalmente, no interior do Estado. Não há empregos. Não há indústria. Não há serviço. Não há comércio suficiente. Não há perspectiva.

O aprendizado adquirido nos cursos de qualificação, de bom nível, é perdido em três ou quatro anos de espera pela chance do primeiro emprego na área que o jovem abraçou como profissão.

O assunto merece uma reflexão da sociedade. Precisamos criar oportunidades para os jovens qualificados no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, nosso IFRN.

O fenômeno da falta de oportunidade passa despercebido na região metropolitana de Natal, onde a demanda por mão de obra qualificada é maior, mas é uma dura realidade nas cidades do interior.

Além da capital, nós temos nove unidades do IFRN nas principais regiões do Estado. Os cursos de qualificação em cidades como Apodi, Caicó, Currais Novos, Pau dos Ferros, Santa Cruz, Ipanguaçu, João Câmara e Macau levam em consideração a vocação econômica destas localidades. Isso é bacana porque capacita observando a demanda local e regional.

A política de interiorização dos institutos é acertada, mas é preciso que nossas autoridades e o mundo acadêmico também encontrem soluções para o aproveitamento dos jovens que são qualificados e que desejam a sonhada oportunidade de emprego.

Quem estuda sonha melhorar de vida. Melhorar a vida de seus familiares e da sua comunidade. Sem a oportunidade de emprego, por mais qualificação que possa ter, um jovem não realiza o sonho de ser gente.

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